Uma curiosidade sobre a comercialização de doces na rua é que ela divide opiniões: enquanto algumas pessoas acreditam que é uma renda instável, outras compartilham depoimentos como: “faturei tantos mil reais em um mês com a venda de brigadeiros na rua”.
É verdade que muitas pessoas vivem exclusivamente disso, incluindo profissionais que decidiram abrir mão de carreiras concursadas, além daqueles que não gostam do sistema CLT, mas a realidade é mais dura do que os Reels.
Para quem quer começar sem perder tempo ou dinheiro, aqui vão dicas e conselhos que compilamos de acordo com quem trabalha com venda ambulante há anos.
1º Passo: A escolha do produto
Você pode vender tanto doces industrializados prontos, quanto apostar em produções caseiras, mas o mais importante é selecionar um produto fácil de consumir. Nesse sentido, considere os seguintes critérios:
- Doces que não precisem ser cortados;
- Não façam sujeira, afinal as pessoas estão comprando na hora de ir pra faculdade, trabalho etc;
- Possam ser comidos na hora, mas que tenham embalagem que sirva para guardar para depois;
Sugestão de cardápio de doces para vender na rua
Além da praticidade e qualidade para agradar o público, pense em minimizar possíveis prejuízos, principalmente no início da sua jornada como vendedor. A princípio, aposte em alimentos de maior validade e fáceis de transportar como:
- Paçoca
- Trufa (de preferência sem recheio de frutas frescas)
- Palha italiana
- Brownies
- Alfajor
- Brigadeiro
- Cone trufado
- Pão de mel
- Pipoca Gourmet
- Bala baiana
- Bem casado
- Bolo no pote
- Donuts
- Churros
- Barrinhas de chocolate com recheio
Definindo o preço dos seus produtos
Estude o mercado antes de sair vendendo, mas não estabeleça preços iguais aos dos concorrentes apenas porque sim. Saiba quanto custa produzir cada unidade ou quanto você gasta para abastecer seu estoque considerando custos indiretos, como gasolina, por exemplo.
Um bom parâmetro de precificação é multiplicar o custo do produto por 3 ou 4, mas tudo depende do tipo de item que você vende. Por fim, aceita diferentes formas de pagamento e sempre tenha troco à mão.
Apresentação pessoal e capricho na aparência dos doces
- Não negligencie sua linguagem corporal. Esbanje simpatia durante toda a abordagem, faça contato visual com o cliente e demonstre entusiasmo ainda que a pessoa diga “não”.
- Juntamente com isso, cuide do visual usando roupas confortáveis e itens de higiene como máscara e luvas, por exemplo.
- Apresentar um objetivo como pitch de vendas é legal, mas algumas narrativas podem parecer batidas para o público, como: “essa é minha renda para pagar o aluguel” ou “preciso levar o sustento para casa”. Ainda que sejam legítimas, por serem muito usadas podem dar uma ideia de pouca credibilidade.
- Coloque etiquetas nas embalagens individuais para passar a impressão de profissionalismo e confiança. As informações mais importantes são: sabor, ingredientes e data de validade.

Como escolher um bom ponto de venda ou trajeto ideal
Você pode ficar em um ponto fixo ou circular por regiões bem movimentadas. Eventos, feiras e áreas com fluxo de pessoas com maior poder aquisitivo costumam ser mais qualitativos. Por outro lado, vender na porta de baladas, festas ou faculdades são mais quantitativos.
Em resumo, quanto mais pessoas passarem por você, menos você precisa correr atrás de clientes.
Por fim, considere o horário. Geralmente doces vendem muito mais a partir do horário de almoço, então você pode experimentar vender próximo de restaurantes, por exemplo.
Considere outras oportunidades para vender simultaneamente e ganhar mais
Também vale deixar cartões de visita com divulgação das suas redes sociais para clientes que queiram comprar futuramente futuras. Muitos vendedores ambulantes descobrem que vender doces sob encomenda é mais seguro e cria uma cartela de clientes fiéis.
Além disso, você pode oferecer a venda direta para estabelecimentos que são uma boa oportunidade de vender em maior quantidade.
Trabalhe sua abordagem
Falar com desconhecidos é gatilho para a timidez, mas a auto confiança se desenvolve com a prática. Comece aos poucos, vá perdendo a vergonha e adapte seu discurso.
Além disso, não cometa o erro de acreditar que vai sair na rua e todo mundo vai comprar, sorrir e elogiar. As pessoas estão focadas na rotina delas e podem ignorar sua abordagem várias vezes. É normal ouvir “não” e isso não significa fracasso, é apenas a dinâmica do negócio.
Prepare-se para dias de vendas ruins
Um dia você vende muito mais do que esperava, no outro quase nada. Por isso, nunca conte com o lucro diário como algo certo. Tenha um plano B, ou use os dias mais tranquilos para fazer testes de produto ou estratégias de marketing local. Treine seu psicológico para ser resiliente!
Último passo antes de começar: avalie o custo-benefício
Ser vendedor ambulante significa abrir mão de benefícios de um emprego formal, seguro-desemprego, seguro de saúde, vale-alimentação etc. Por outro lado, você tem a chance de fazer muito mais que um salário tradicional e de tornar este trabalho seu novo estilo de vida.
Além disso, a coragem e persistência de vender doces na rua ou qualquer outro produto por conta própria ensina lições de empreendedorismo que vão além do dinheiro.
Você já empreendeu na rua? Quais estratégias funcionam melhor para você: boa apresentação e abordagem, parcerias, cardápio variado? Compartilhe nos comentários o que você aprendeu que dá certo.
Além disso, qual é o método de precificação que você considera mais eficiente? Temos um conteúdo com dicas específicas para definir o preço de produtos artesanais em nosso site, não deixe de conferir!