Pró Labore para MEI: Veja como separar o dinheiro da empresa e pessoal

Um erro que pessoalmente já cometi no início da minha jornada como MEI e que vejo muitos microempresários errarem também é o de não saber separar seu Pró Labore para equilibrar as finanças pessoais e empresariais.

De acordo com o Poder 360, “um levantamento do IBGE revela alta taxa de mortalidade empresarial no país, com apenas 37,3% sobrevivendo após 5 anos.”

Muitos fechamentos acontecem pela má gestão e erros financeiros de empreendedores com muita disposição para trabalhar, mas pouco conhecimento contábil.

Mas se o lucro é fruto do seu trabalho, por que misturar o dinheiro pessoal com as contas da empresa é algo tão ruim ?

Em primeiro lugar, você perde a noção do real desempenho do negócio. Em segundo lugar, se algo não vai bem, tanto no orçamento particular, quanto no caixa do seu negócio, você vai demorar muito para diagnosticar e resolver o problema.

Além disso, em atividades que envolvem sócios, a falta de esclarecimento sobre as despesas dá muita confusão! Portanto, fazer o controle financeiro pessoal à parte do fluxo de caixa empresarial não é opcional.

Em grandes empresas, geralmente há um sócio administrador ou um contador que faz essa gestão, portanto esse problema geralmente pega os pequenos negócios.

Aqui, vamos focar em como você pode usar o conceito do Pro Labore para manter o planejamento financeiro da sua empresa saudável!

Qual é o significado de Pró Labore?

Literalmente, Pró Labore quer dizer “pelo trabalho”, ou seja, na prática é a remuneração que o dono de uma empresa recebe pelo trabalho que realiza. 

Apesar disso, não podemos confundir com o salário que é o que um funcionário contratado recebe pelos serviços que presta, mas ainda está sujeito aos direitos trabalhistas.

Diferente do salário, que é pago a funcionários com vínculo empregatício, o Pró Labore é uma retirada feita pelos donos da empresa (ou se você é MEI, é seu próprio pagamento). Em resumo, as principais características são:

✔ É o ganho dos sócios que cuidam da empresa ou do único dono, se for o seu caso.
✔ Não possui 13º salário nem outros benefícios trabalhistas
✔ Pode ser ajustado conforme a saúde financeira do caixa
✔ Quem é  MEI, automaticamente já é contribuinte do INSS diretamente pelo DAS que paga todo mês,ou seja, não tem nenhum desconto a mais no seu Pro Labore.

✔ Nos demais regimes empresariais, o sócio administrador ou contador precisa elaborar um documento chamado de Decore para registrar o recebimento do valor.

Como calcular o Pró Labore 

Se você pensou que o Pro Labore é o valor do lucro da empresa, já ia cometer um erro! Assim como ele não é igual a um salário de um funcionário contratado, ele também não é igual ao lucro total.

A divisão de lucros acontece depois de realizar todos os pagamentos pendentes, como impostos e o próprio prolabore. Em outros tipos de empresa, a divisão ainda depende de definir a porcentagem de cada sócio.
Mas como empreendedor individual, você precisa definir o seu próprio pro labore, porque parte do seu lucro precisa se transformar em um caixa de segurança caso algo não vá bem ou ainda para investir em melhorias, por exemplo.

COMO DEFINIR SEU PRO LABORE

Você pode concluir seu pro labore de acordo com o faturamento da empresa ou com base no que um profissional da área receberia. No entanto, é comum adicionar uma margem de 20% a 30% a mais do que um CLT.

E atenção: esse “salário” deve entrar como um tipo de despesa mensal da sua empresa.

Nada impede também que se tudo estiver indo bem, com lucros saudáveis, você reavalie os seus recebíveis futuramente.
💡O conselho máximo é: não prejudicar o caixa da empresa para aumentar ganhos pessoais, tampouco sanar problemas financeiros do negócio com recursos próprios. 

É melhor usar uma conta PJ ou posso continuar como PF?

Especialmente como MEI, não há nenhuma obrigação de ter uma conta como Pessoa Jurídica. Mas preciso alertar que o que deu certo para mim, foi realmente separar a gestão financeira pessoal das despesas do meu negócio.

Com o advento das contas digitais, não há motivos para não abrir uma conta PJ para MEI que muitas fintechs oferecem sem custo adicional.

Maquininhas de cartão de crédito, muitas vezes têm oferta de conta digital sem taxas, como o PagBank, por exemplo.

Além disso, ter contas bancárias separadas pode ajudar a conseguir linhas de crédito específicas, caso você precise futuramente.

Separar as duas coisas vai te ajudar a ter clareza na hora de fazer o balanço geral das contas, principalmente se você faz o levantamento sem a ajuda de um contador.

Ainda vale lembrar de mais um exemplo que leva muita empresa para o buraco: usar cartão de crédito para pagar despesas da empresa sem o devido cuidado.

Se você não tem um cartão PJ e realmente precisa usar seu limite particular para uma compra, não esqueça de lançar a quantia como despesa no seu fluxo de caixa.

Ferramentas para despesas pessoais e empresariais

O segundo erro que eu também cometia era esquecer que não estamos mais no século passado e anotar meus ganhos e despesas no papel. Isso não é só arcaico, como ineficiente porque um software pode até te apontar possíveis falhas.

Se você tem condições de investir em um sistema de gestão financeira, maravilha! Mas se não precisa de algo tão sofisticado ou ainda não pode gastar dinheiro com isso, utilize ferramentas gratuitas como o Excel. Ainda há aplicativos disponíveis para celular como o Organizze, Minhas Economias, Monefy, entre outros que são gratuitos ou com um valor acessível.

Conclusão

O Pró Labore tem um nome robusto para algo simples: o que você precisa pagar a si mesmo ao final de um mês de trabalho e esforço.
Se você sente dificuldade de definir suas entradas e saídas, talvez seja a hora de pedir ajuda de uma consultoria financeira. Mas acredite, é possível aprender muita coisa e tocar o negócio com sucesso e o primeiro passo é fazer essa organização financeira.
Então conta aqui pra gente nos comentários: Você já tentou separar as contas pessoais das da empresa? Qual é a sua dificuldade?
Espero que este conteúdo te ajude a elevar sua educação financeira, se ainda tiver dúvidas, deixe seu comentário!

Você continuará no mesmo site.

  • Francyelle Lemes

    Especialista em Marketing de Conteúdo

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